Como investir da renda fixa a curto prazo?

Entre os especialistas do mercado financeiro uma regra é primordial: a maior parte das suas aplicações devem ter retorno financeiro a médio e longo prazos. Assim, você consegue ter rendimentos mais polpudos. Mas, a gente sabe que muitas vezes precisamos de dinheiro rapidamente e com alguma segurança. E, nesse caso, o melhor é investir na renda fixa a curto prazo.

 

Afinal de contas, essa classe de ativos segue oferecendo retornos atrativos aos investidores, mesmo após o início, em agosto do ano passado, do ciclo de cortes da taxa Selic . Sem esquecer que atualmente mais de 17 milhões de brasileiros investem na renda fixa.

 

“Continuamos com juros em dois dígitos, território bastante contracionista. E a expectativa é de que a Selic termine 2024 em 9%, um patamar ainda elevado. Especialmente considerando o arrefecimento da inflação, que deve terminar 2024 mais próxima da meta do Conselho Monetário Nacional (CMN). Desta forma, o país trabalha com um juro real beirando os 6%, um dos maiores do mundo. O que traz oportunidades na renda fixa”, argumenta Filipe Arend, head de renda fixa da Faz Capital.

 


O que é investimento de curto prazo?

 

E para aplicar parte do seu patrimônio em renda fixa a curto prazo de forma assertiva, é necessário, claro, seguir algumas estratégias. Mas antes, é importante entender o que significa investimento de curto prazo. Pois bem, são aqueles produtos que possuem prazo de vencimento entre 6 meses e 1 ano.

 

“Os investimentos em renda fixa estão vinculados à remuneração baseada em índices específicos, como a Selic , CDI, IPCA, entre outros, e ao prazo de permanência do capital investido. Portanto, mesmo que a aplicação seja de curto prazo, o investidor ainda receberá remuneração sobre o capital investido”, afirma Jhonatan Hoff, coordenador dos cursos de graduação da FIPECAFI.

 

Além disso, de acordo com o especialista, é possível lucrar com variações nas taxas de juros por meio da marcação a mercado. “Embora essa estratégia seja mais adequada para investidores com conhecimento e experiência mais avançados”, pondera.

 

Como investir em renda fixa no curto prazo?


Então, para realizar qualquer investimento, o primeiro passo é sempre identificar qual o seu perfil de investidor e os seus objetivos financeiros. “Isso irá guiar as decisões de alocação e evitar surpresas no futuro, com aplicações fora da sua tolerância de risco”, diz Arend.

 

Além disso, é importante considerar o prazo do investimento, o período de resgate, a liquidez  e a rentabilidade oferecida pela aplicação. “Para investimentos em renda fixa a curto prazo, é mais recomendável que o investidor escolha opções que não estejam sujeitas a grandes flutuações de valor. E que também ofereçam liquidez diária. Ou seja, que possam ser resgatadas a qualquer momento”, explica Hoff.

 

Também é importante avaliar se há taxas de administração, custódia ou impostos associados ao investimento. Os quais podem diminuir a rentabilidade, especialmente em investimentos de menores períodos.

 

“Ao escolher uma aplicação de renda fixa a curto prazo, é importante levar em conta as projeções acerca do cenário econômico. Isso porque, como já mencionado, a rentabilidade dos ativos depende diretamente de variáveis como a taxa Selic e a inflação”, comenta o head de renda fixa da Faz Capital.

 

Arend ainda pontua que mesmo sendo uma aplicação de curto prazo, a diversificação é um elemento chave em uma carteira de investimentos. “Já que permite que o investidor colha bons frutos independentemente dos movimentos de mercado”, esclarece.

 

Vantagens de investir em renda fixa no curto prazo

 

Então, um dos principais benefícios desse tipo de aplicação financeira está relacionada a segurança e ao baixo risco que esses investimentos oferecem.

 

“Afinal, a renda fixa no curto prazo possui menor volatilidade  em comparação aos investimentos de renda variável. Além disso, esses ativos oferecem retornos previsíveis e estáveis. O que é desejável para o investidor que possui metas financeiras de curto prazo e precisa garantir que o dinheiro estará disponível quando necessário”, argumenta Jhonatan Hoff.

 

Riscos da renda fixa no curto prazo

 

E obviamente que existem desvantagens na hora de investir em períodos pequenos. Isso porque, mesmo que haja maior previsibilidade no curto prazo, nunca é possível prever com certeza o comportamento futuro do mercado. De forma que os cenários projetados podem não se concretizar.

 

“Assim, tanto na renda fixa quanto nas demais classes de ativos, é sempre essencial ao investidor manter sua carteira diversificada. Sem concentração excessiva em qualquer estratégia”, ensina Filipe Arend.

 

Além disso, vale saber que mesmo tendo um risco baixo, a renda fixa merece uma certa atenção em relação ao crédito e ao mercado. Afinal de contas, o risco de crédito está relacionado com a possibilidade de uma instituição emissora de um título de dívida (como um governo, uma empresa ou um banco) não ser capaz de cumprir suas obrigações financeiras.

 

“Contudo, os CDBs, LCIs e LCAs em sua maior parte são protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Já o risco de mercado está relacionado a mudanças nas taxas de juros”, esclarece Hoff.

 

Bons investimentos de renda fixa no curto prazo

 

Portanto, já que a ideia é aplicar em um período pequeno, e mais, com diversificação (muito importante!), pedimos para que os dois especialistas apontassem bons investimentos, sendo que não são recomendações, mas sim exemplos de como você pode aplicar o seu dinheiro.


Dito isso, uma alternativa muito procurada pelos investidores para aproveitar o patamar de dois dígitos da Selic mantendo a liquidez da carteira eram as LCI´s e LCA´s pós-fixadas com carência de 90 dias. Títulos que, passado esse período de 3 meses, tinham liquidez diária.

 

“No entanto, a partir de uma resolução do CMN publicada dia 1º de fevereiro, o prazo mínimo de emissão de LCI´s e LCA´s passou de 90 dias para 12 e 9 meses, respectivamente. O que eliminou a possibilidade ao alongar a carência mínima desses ativos”, explica Arend.

 

Assim, de acordo com o especialista, no curto prazo, são os títulos prefixados que apresentam um cenário mais atrativo para o investidor.

 

“O nível das taxas prefixadas, olhando para um horizonte de um a dois anos, permanece atrativo. E deve se mostrar ainda mais interessante conforme o cenário prospectivo de Selic e inflação baixos se concretizar. Nesta classe, os ativos mais adequados a investidores conservadores são CDB´s, LCI´s e LCA´s [lembrando que no caso dos dois últimos são indicados os títulos prefixados]”, afirma.

 

Jhonatan Hoff tem opinião parecida com Arend. O profissional acrescenta apenas o Tesouro Direto . “Esses investimentos são seguros, oferecem um risco muito baixo e atendem de forma adequada as pessoas que estão buscando investimentos de curto prazo”, pontua.

 

E para você ficar um pouco mais por dentro sobre cada um desses investimentos apontados pelos nossos especialistas, segue uma breve explicação:

 

Tesouro Direto


É um programa do governo federal brasileiro em parceria com o Tesouro Nacional. Ele oferece a oportunidade de investir em títulos públicos federais que são emitidos pelo governo para financiar suas atividades. Ou seja, nessa modalidade o investidor está emprestando dinheiro ao governo. “O Tesouro Direto é considerado uma das aplicações mais seguras justamente pelo fato de que o credor é o próprio governo”, afirma Arend.

 

Certificado de Depósito Bancário (CDB)


Já os CDBs são títulos de renda fixa emitidos por bancos para captar recursos. Funcionam como empréstimos que o investidor faz ao banco em troca de uma remuneração pré-determinada. “O investidor empresta dinheiro ao banco por um determinado período e recebe juros sobre o valor investido. Os CDBs podem ter diferentes prazos, taxas de remuneração e formas de pagamento de juros, podendo ser prefixados, pós-fixados ou híbridos”, diz o head de renda fixa.

 

Além disso, vale saber que os CDBs possuem cobrança de Imposto de Renda sobre o rendimento do produto conforme a tabela regressiva de renda fixa.

 

“As alíquotas são decrescentes e vão de 22,5% a 15%, conforme o tempo de duração do investimento”, explica Hoff.

 

Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)

 

Esses também são títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras. Mas possuem objetivo de financiar o setor imobiliário (LCI) e o setor do agronegócio (LCA).

 

“Ou seja, os recursos captados com as LCIs e LCAs são direcionados para o financiamento de empreendimentos no mercado imobiliário e para o financiamento de atividades relacionadas ao agronegócio. Uma das principais vantagens das LCIs é que elas são isentas de Imposto de Renda”, comenta Arend.

 

Faça as melhores escolhas


Bem, agora que você já conhece as estratégias para investir em renda fixa no curto prazo, é hora de selecionar os melhores produtos para sua carteira. E isso, como já dito, deve ter relação com seu perfil e objetivos.

 

Portanto, faça uma análise minuciosa. O melhor investimento sempre será a educação financeira, por isso estude as alternativas e busque ajuda, se for necessário.

 

 

 

 

Fonte: Adaptado de Inteligência Financeira

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