Selic com taxa recorde? Mas o que significa?

No último dia 06/12/2017, o Banco Central, através de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), baixou a taxa Selic para 7% ao ano. Para ter uma ideia da redução dessa taxa, em janeiro de 2017 ela estava em 13,75% ao ano.

Mas o que é taxa Selic? A sigla “Selic” corresponde à Sistema Especial de Liquidação e Custódia. É uma taxa média ajustada de financiamentos diários, utilizada no mercado interbancário, lastreadas por títulos públicos federais.  É uma taxa referencial para economia, onde essa baliza as taxas de contratação de empréstimos, bem como de aplicação em renda fixa.


Por ser uma taxa referencial, o efeito de redução demora um certo tempo até chegar ao balcão, ou seja, para quem está na situação de tomador de recursos (aquela pessoa ou empresa que contrata empréstimos e/ou financiamentos), demora um pouco mais para reduzir o custo que se tem. 

Porque é importante sabermos a evolução da taxa Selic?

De uma forma simplificada, vou apontar dois exemplos: primeiramente, se você ou sua empresa necessita buscar dinheiro emprestado, a baixa da taxa é um bom sinal. Isso porque haverá reflexo positivo nas operações que serão contratadas.

Outro exemplo é se você ou sua empresa tem débitos de tributos, federais principalmente. A correção de tributos federais em atraso é feita pela taxa Selic, então os juros de mora por atraso ficarão menores. Esses têm um efeito mais imediato, mas não quer dizer que seja vantajoso atrasar imposto. Além dos juros, tem a multa, onde essa geralmente é pesada.

Tem outros exemplos de benefícios com a redução da taxa de juros, como se você tiver pagando um empréstimo, onde os juros são atrelados à taxa selic, no modelo pós fixado, terá um efeito positivo, pois baixará o custo sobre o saldo devedor.

Para as pessoas e empresas que dispõem de recursos (dinheiro) para aplicar no mercado, principalmente em renda fixa, a baixa da taxa Selic não é das melhores notícias. Isso porque o rendimento de CDB’s (Certificado de Depósitos Bancários) e CDI’s (Certificado de depósito interbancários) estão atrelados à taxa Selic, bem como a variação da poupança e outras aplicações.

Ao mesmo tempo não significa que deixa de ser vantajoso a aplicação tradicional. Deve ser analisado o perfil de investidor e também ser observado a taxa real, que é a taxa de juros reduzida da inflação. Nessa situação, é necessário buscar outras alternativas de investimento que sejam mais rentáveis, como bolsa de valores, fundos de investimentos multimercados, fundo de ações, fundos imobiliários, entre outros. (Em breve vou escrever um pouco sobre a característica de cada fundo).

Inclusive uma das outras opções de ter um retorno melhor do dinheiro guardado é empreender, montar uma empresa.

Falando sobre retorno melhor, no início desse ano escrevi sobre a diferença entre lucro e rentabilidade, veja aqui.

As pessoas e empresas que tem dinheiro guardado, e o rendimento desse dinheiro reduzindo, motiva os investidores a tomarem outros rumos, como abrir empresas, investir em maquinário, investir em parque fabril, etc, pois pode ser que o retorno seja maior do que deixar o dinheiro guardado. E ainda, o crédito estará com custo menor. Esse é um efeito muito bom para a economia, pois investimentos geram empregos, que geram renda, e por consequencia aumenta o consumo das famílias, mesmo que seja lento esse processo.

Portanto, baixando a selic favorece quem precisa de dinheiro no mercado, também favorecendo a economia, pois torna-se atraente empreender, o custo do dinheiro reduz. Ao mesmo tempo, faz com que não seja favorável para quem aplica, principalmente em renda fixa, provocando um efeito de buscar outras alternativas para rentabilizar melhor o dinheiro.

 

Em breve estarei escrevendo um pouco mais sobre tipos de aplicação e também sobre empréstimos e financiamentos.


Fabio Nepomoceno – Consultor de Finanças

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